segunda-feira, 10 de setembro de 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O dono da dor...


Só o dono da dor sabe o quanto doí, isso mesmo, somente ele.

E não estou falando da dor física e sim da dor da alma, aquela que não tem remédio...
Estou passando por uma situação assim, só eu sei o quanto está doendo, minha depressão voltou com força total, já não sei mais o que fazer não consigo falar com ninguém... não quero sair de casa, estou uma chata... só sei chorar!!!
Não queria estar postando isso mas para mim é mais um desabafo!!!
Saber que só tentei ajudar e quem saiu prejudicada fui eu.E agora ??? Não sei nem o que vai ser da minha vida...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Teatro Magico


"Você não pode ter dó, na verdade você tem que se apegar nas coisas boas, por isso você precisa saber se expressar, pra saber qual parte é essencial e qual parte vai ser aproveitada."
Fernando Anitelli - Teatro Magico



"... só enquanto eu respirar vou lembrar de você..."

sábado, 1 de setembro de 2007

TEDIO


Dias compridos e sem novidades!!! Já não sei mais o que fazer para arrumar toda essa merda !!!!
Desculpe o palavriado, mas é assim que estou sentindo tudo isso!!!
Hoje é sábado e parece que alem de tudo o tédio está batendo em minha porta, se fosse só ele tudo bem mas com ele vem a minha depressão, amiga constante quando entro em crise... não consigo me distrair com nada, queria sumir!!!!
Estou me sentindo abandonada, sem perspectiva... sem ter com quem conversar.
Tenho tanto medo quando fico assim!!!! Só penso em chorar, e isso é só o inicio.
Acho que se as coisas não começarem a dar certo essa semana que está entrando, não sei o que vou fazer!!!
A GENTE SE ACOSTUMA

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.
A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colassanti