terça-feira, 26 de maio de 2009

Signo de Peixes

Tenho uma inconstância insuportável, não aos outros mas a mim mesma!!!
Preciso de cor e de amor!!! De cheiro e de sabor!!!
Da luz e da escuridão!!!
Ser inconstante é assim, tudo ta bom, nada ta bom !!!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Linha Do Equador



Luz das estrelas
Laço do infinito
Gosto tanto dela assim
Rosa amarela
Voz de todo o grito
Gosto tanto dela assim
Esse imenso desmedido amor
Vai além do que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do equador
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Passa mais além do céu de brasília
Traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha
Música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha foz do iguaçu
Pólo sul, meu azul
Luz do sentimento nu
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do equador
Mas é doce morrer nesse mar
De lembrar e nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isso pra mim é viver

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mario Quintana


“Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar. Pois o meu verso tem essa quase imperceptível tremor… A vida é louca, o mundo é triste: vale a pena matar-se por isso? Nem por ninguém! Só se deve morrer de puro amor!”

terça-feira, 19 de maio de 2009

Acorrentados

Quem coleciona selos para o filho do amigo; quem acorda de madrugada e estremece no desgosto de si mesmo ao lembrar que há muitos anos feriu a quem amava; quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; quem segura sem temor uma lagartixa e lhe faz com os dedos uma carícia; quem se detém no caminho para ver melhor a flor silvestre; quem se ri das próprias rugas; quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso sentimental; quem procura na cidade os traços da cidade que passou; quem se deixa tocar pelo símbolo da porta fechada; quem costura roupa para os lázaros; quem envia bonecas às filhas dos lázaros; quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira; quem manda livros aos presidiários; quem se comove ao ver passar de cabeça branca aquele ou aquela, mestre ou mestra, que foi a fera do colégio; quem escolhe na venda verdura fresca para o canário; quem se lembra todos os dias do amigo morto; quem jamais negligencia os ritos da amizade; quem guarda, se lhe deram de presente, o isqueiro que não mais funciona; quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga; quem coleciona pedras, garrafas e galhos ressequidos; quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças; quem guarda as cartas do noivado com uma fita; quem sabe construir uma boa fogueira; quem entra em delicado transe diante dos velhos troncos, dos musgos e dos liquens; quem procura decifrar no desenho da madeira o hieróglifo da existência; quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição; quem se desata em sorriso à visão de uma cascata ; quem leva a sério os transatlânticos que passam; quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz; quem de repente liberta os pássaros do viveiro; quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo; quem julga adivinhar o pensamento do cavalo; todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre.


Paulo Mendes Campos

Texto extraído do livro "O Anjo Bêbado", Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1969, pág. 105.

quinta-feira, 14 de maio de 2009


O Livro sobre Nada

Manoel de Barros




Com pedaços de mim eu monto um ser atônito.

Tudo que não invento é falso.

Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.

Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.

É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.

Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia.

Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.

A inércia é o meu ato principal.

Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.

O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.

A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.

Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.

Por pudor sou impuro.

Não preciso do fim para chegar.

De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra — Como um lápis numa península.

Do lugar onde estou já fui embora

Era uma vez uma menina que adorava o céu. Ela se chamava Mariana e vivia sonhando com um jeito de chegar perto das estrelas. Depois de muitas viagens imaginárias, a menina decidiu fisgar lá do alto as estrelinhas. Depois que pescou a primeira delas, todas as noites pescava uma nova amiga. As estrelas iam direto para o armário, onde Mariana guardava, em segredo, a constelação particular. Mas, vendo a lua abandonada e triste, Mariana perceu que não podia ser a única dona do brilho da noite. Então distribuiu estrelas a todos na cidade para que as devolvessem ao céu!
[A menina que pescava estrelas]

Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente.

Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça.
Não espere. Promessas, vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos, se realizam, ou não.
Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir. E só.

Menina Flor, Boabagens da Alma