quarta-feira, 18 de julho de 2007

Mil beijos depois

Vão-se os cavalos, ficam as meninas, é muita aposta pra minha pouca sorte. Eu ganho algumas, e então termina -- o azar mostra quem é mais forte. Foda é que ninguém mais ensina como vencer invencíveis derrotas. Como fingir que se recompôs, mil beijos, mil beijos depois.

Finjo que não minto, fujo de mim mesmo. Quando vejo, voltei pra esse lugar. Sempre erro a mão, perco sempre o passo. Acho que é a hora de me mandar. Minhas distâncias quilométricas, minhas promessas não cumpridas: esse é o vão que você transpôs, mil beijos, mil beijos depois.

É que nas noites mais lentas, nos corações dos fracos, dos deprimidos, há coletivos complôs, mil beijos, mil beijos depois.

Sexo é o que nos prende, é o que estende os nossos limites de mar: sei que deixei inpunemente teus oceanos ardentes por desvendar. Sou eu ali, acenando solene, esperando meu barco afundar -- Náufragos é o que sois, mil beijos, mil beijos depois.

Finjo que não minto, fujo de mim mesmo. Quando vejo, voltei pra esse lugar. Não dá mais pra devolver os presentes, esses você vai ter que guardar. E é um silêncio pensar em você, pois não há mais nada a declarar -- sobre o que restou de nós dois, mil beijos, mil beijos depois.


Versão descarada e imprecisa (pra não dizer um pouco bêbada) de "A Thousand Kisses Deep" do Leonard Cohen (argh!).

Nenhum comentário: